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MINHAS CRÔNICAS


Guilherme Köhn

          Assim como aprecio um título muito conhecido, "As Crônicas de Narnia" (estórias fantasiosas), eu também idealizei meu próprio título, "Crônicas de Guilherme Köhn" (sobre assuntos diversos), ou ainda, "Crônicas Köhn".  Porém, sem pretensão de comparar-me ao escopo de "As Crônicas de Narnia", a qual difere completamente da minha intenção de escrever pequenas crônicas.


          Apenas gosto de contar estórias.  Gosto de ler também. Gosto de escrever sob a forma de crônicas, ou seja, em linguagem simples, espontânea, e meus textos são geralmente curtos.  Descrevo sobre um tema qualquer, faço críticas, conto estórias, casos verídicos ou não, enfim, de acordo com a inspiração do momento. 

          Uma facilidade que oferece o estilo cronista, é poder falar na primeira pessoa sem receio de parecer "egocêntrico", pois esse "eu", como se pode notar, é um "eu" de utilidade pública.  Eu não escrevo para mim mesmo, mas para as pessoas que possam ler meus trabalhos escritos. 

          Penso que, se Deus me deu a capacidade para escrever, é meu dever expressar da melhor forma possível as ideias abstratas que Ele me inspira.  Acredito que todos nós, filhos de Deus que somos, temos também um poder criador, conforme a aptidão de cada um.  No meu caso presente, é a simples vontade de escrever, semeando palavras, semeando ideias.

Uma breve estória:

          Desde os meus tempos escolares, eu sempre gostei de escrever.  Eu gostava de fazer redações sobre os mais variados temas.  Até meus 17 anos, eu morava em Passa Quatro-Mg.  Mas o destino fez com que eu me transferisse para Resende-RJ, e aqui, trabalhando e estudando, também conheci pessoas, fiz amizades.  Participei do Grêmio Literário de Resende, entidade que reunia pessoas interessadas em cultura.  Uma ótima experiência, que durou alguns anos. 

          Depois, em Resende, havia um Jornal local, chamado "Ponte Velha".  O donoi desse jornal era um homem chamado Gustavo Praça, meu amigo, formado em jornalismo.  O Gustavo também gostava de escrever, mas ele mantinha um estilo único de jornalismo crítico, envolvendo a política.  O nome "Ponte Velha", era uma homenagem à ponte metálica sobre o Rio Paraiba, e que foi considerada Patrimônio Histórico de Resende.

          Esse jornal também era feito de colaborações de outros adeptos da escrita em forma de prosa.  Eu fui um colaborador desse jornal durante algum tempo, escrevendo crônicas, mas depois o jornal foi vendido e seu novo diretor mudou as diretrizes do "Ponte Velha".  Em decorrência, meus trabalhos não mais foram publicados, nem mesmo os de outros colaboradores.  Eu até me senti de certa forma livre dessa "obrigação", pois eu não dispunha de muito tempo para escrever, em razão da minha ocupação na Empresa onde eu trabalhava.

          Minhas crônicas, publicadas ou não, ficaram "engavetadas" durante algum tempo.  Porém, certa vez enviei para o meu primo e grande amigo Sidnei, uma cópia desses trabalhos, e ele me fez muitos elogios;  insistiu para que eu continuasse redigindo.  Em princípio, não me entusiasmei, pois eu não tive intenção de causar boa impressão, mas acho que o comentário elogioso do Sidnei, de alguma forma aumentou a minha auto estima, e devido a sua insistência, resolvi criar um Blog na internet, para publicar minhas crônicas.

          No meu Blog, "Crônicas de Guilherme Köhn", estão reunidas várias crônicas enviadas ao jornal "Ponte Velha", onde eu assinava meus trabalhos com um pseudônimo de "Tupinambá".  Eu "inventei" esse nome, porque eu trabalhava na Viação Tupi, como era conhecida a Empresa.  Tupi, é um nome indígena, e Tupinambá estaria relacionado. 

          Em resumo, essa é a minha estória, ou seja, de como me tornei um "Blogueiro", disponibilizando na Web os meus escritos.  Continuarei, pois, publicando mensalmente minhas crônicas no meu Blog.  A propósito, Luis Fernando Veríssimo, escritor e dramaturgo famoso, diz que o cronista é como uma galinha;  bota seu ovo regularmente. "Est finis".
Guilherme Köhn

OBSERVAÇÃO:
          Agora, uma estória ilustrativa em vídeo: "O Servo e o Rei":

PRECIOSISMO


Lingua Portuguesa

          O chamado "Preciosismo", é apenas um exagero na linguagem (escrita ou falada), que dificulta a clareza daquilo que se quer comunicar na Lingua Portuguesa.  Não se trata de "Vícios de linguagem"; esse é outro assunto para um estudo específico.  O uso do Preciosismo deve ser restrito, porque uma linguagem rebuscada não é sinônimo de linguagem culta.


          Vou contar uma estória, para melhor entendimento e exemplo de um Preciosismo.  No Ginásio São Miguel, de Passa Quatro-Mg, um professor de Português, chamado Joaquim Soares (Padre), nos contou a seguinte estória:

          ... Certa vez, em certo lugarejo, um homem aproxima-se de um caudaloso rio, onde está um velho muito humilde, com seu cãozinho e sua canoa, prontos para cruzar o rio à outra margem.  O homem, recém chegado, cheio de si, e com ares de superioridade, fala ao velho: - "Quanto queres, para me transportar deste polo ao outro extremo?"  

          Mas o velho da canoa não entendeu nada do que aquele arrogante sujeito dissera.  E respondeu simplesmente: - "O cachorrinho não morde não senhor",  e entrou na canoa com seu cãozinho e foi se afastando da margem. O sujeito arrogante vociferou: - "Oh! Mísero barqueiro, dar-te-ei uma porrada no alto da sinagoga, reduzirei tuas massas cefálicas e o enviarei às regiões cadavéricas"... O canoeiro outra vez nada entendeu do que o sujeito acabara de dizer, e continuou tranquilo a sua travessia do rio.

          E assim termina essa pequena estória que acreditamos seja fictícia, mas serve para enfatizar o Preciosismo, ou seja, o tipo de linguagem utilizado pelo tal personagem arrogante.  Nosso professor de Português (o saudoso Pe. Joaquim), nos deu outros exemplos de frases com esse tipo especial de linguagem, que descrevemos abaixo:

Exemplos de Preciosismo:

"Isto é prosopopeia flácida para acalentar bovino"  (Isso é conversa mole para boi dormir)
"Deglutir o batráquio" n (engulir sapo)
"Retirar o filhote do equino da pertubação pluviométrica" (tirar o cavalinho da chuva)
"A fêmea ruminante deslocou-se para o terreno alagadiço" (A vaca foi pro brejo)
"Filho de uma inocente mãe que presta serviços sexuais em troca de dinheiro"  (FDP)

          Nosso professor falou ainda de outros exemplos de frases desse tipo, de palavras isoladas, mas infelizmente não melembro mais.  Atualmente, podemos observar que os advogados e outros profissionais da área, praticam uma linguagem que chamamos de "jurisdiquês", que nada mais é do que um Preciosismo.

          Esses profissionais, gostam de falar com erudição, e não perdem a oportunidade  de repetir: "vossa excelência", "data vênia", e outros termos latinos.  Metáforas também fazem parte do seu linguajar.  É bonito, mas não deve ser exagerado.  Quando usado sem vaidade, com sutileza, em momentos oportunos, o Preciosismo é bem vindo ou até mesmo conveniente, como nesta notícia que saiu no jornal Correio Brasiliense:

          "O piloto de uma aeronave da companhia aérea Transavia Airlines foi obrigado a realizar um pouso de emergência porque um passageiro se recusava a parar de soltar flatulências, informa o Correio Braziliense" (Piloto teve que fazer um pouso de emergência porque o passageiros não parava de soltar "pum").

          É isso mesmo que você leu: o passageiro não parava de soltar puns!  O caso aconteceu em um voo que saiu de Dubai (Emirados Árabes) para Amsterdâ (Holanda). - OBS.: Quem quiser pesquisar essa notícia, publicada em 20/02/2018, basta acessar: http://mudancadeparadigmas.com

          Particularmente, prefiro seguir o pensamento de um poeta e romancista francês, Jean Cocteau, que diz o seguinte: "Cumpre falar com simplicidade das ideias complicadas e com sutileza das ideias simples". Ou ainda, outro escritor famoso, Fernando Pessoa, português, (1888-1935), que disse o seguinte:  "Eu não escrevo em português.  Escrevo eu mesmo".
OBSERVAÇÃO; Os videos abaixo, não falam do preciosismo, mas tratam deuma forma divertida, questões da nossa querida e maravilhosa Língua Pátria:








NOBLESSE OBLIGE


A Nobreza Obriga

          "Noblesse Oblige", é uma expressão francesa, que significa literalmente "a nobreza obriga", ou, "a nobreza manda".  Essa expressão, apesar de ser um estrangeirismo, é bastante usada por escritores e jornalistas, quando querem expressar resumidamente um determinado pensamento.


          Há um episódio histórico, que serve para ilustrar com palavras, este nosso tema:
... ... Conta-se que no Brasil, na época de D. Pedro II, houve um baile no salão da corte real.  Algumas senhores preconceituosas, recusaram-se a dançar com um famoso engenheiro negro, André Rebouças.  Então, a princesa Isabel atravessou o salão, e pediu-lhe que dançasse com ela.

          A história conta também, que D. Pedro II nomeou para cargos elevados alguns negros e mulatos. Esses episódios narrados são verídicos, e nos dá um exemplo histórico de tolerância racial.  "Noblesse Oblige": quer dizer que um determinado "poder" (a nobreza), deve pautar por um comportamento ético.

          O que significa "ética"?  Todos nósd provavelmente aprendemos o seu significado desde nossos bancos escolares.  Significa pois, os deveres e preceitos de honestidade e moral por parte de um indivíduo ou grupo social para com um cidadão ou uma sociedade.

          A expressão "noblesse oblige" pode ser entendida por exemplo, no sentido de que um cidadão honrado obriga-se a proceder de uma forma à altura do seu caráter ou do seu próprio nome a zelar.  Em outras palavras, uma pessoa deve se comportar de forma condizente com sua posição que tenha adquirido.  Só estará "descompromissado" com a "nobreza obriga",  se o indivíduo for um perfeito "canalha" (sem escrúpulos, sem caráter).  Há um texto circulando pelas Redes sociais, que nos dá um exemplo clássico da preocupação com a Ética:

          ... "Um homem resolveu levar seus dois filhos ao circo que havia chegado na cidade.  Ao chegar na bilheteria, perguntou:
-- Olá boa tarde, quanto custa a entrada?  - O bilheteiro respondeu:
-- R$30,00 para adulto e R$20,00 para crianças de 7 a 14 anos.  Crianças menores de 6 anos não pagam.  Quantos anos têm as crianças?  - E o pai responde:

-- O menor tem 3 anos, e o maior 7 anos.  - Com um sorriso, o bilheteiro diz:
-- Se o senhor tivesse falado que o mais velho tinha 6 anos, eu não perceberia, e o senhor economizaria R$20,00.  - Mas o pai responde:
-- É verdade, mas meus filhos saberiam que eu menti para obter uma vantagem e jamais se lembrariam desta tarde como uma tarde especial.  - E ainda finaliza:

-- A verdade não tem preço.  Hoje deixo de economizar R$20,00 que não me pertenceriam por direito, mas ganho a certeza de que meus filhos saberão a importância de sempre dizer a verdade.
- O atendente do circo permaneceu mudo, e com certeza, também teria uma tarde especial para se lembrar".

          "Noblesse oblige":  esse entendimento, "deveria" ser também, a marca registrada de todos os juízes e magistrados diante da justiça e aplicação da lei.  Mas, infelizmente, nesse caso, existem muitas exceções.  Abstemo-nos de declinar alguns casos brasileiros que todos já conhecem. (O óbvio se faz desnecessário nesta dissertação objetiva).

          "A Nobreza obriga": é o nosso bom senso que obriga tudo que é "nobre", isto é, obriga o dono de um simples estabelecimento, obriga o empresário, obriga o trabalhador e obriga principalmente os políticos (governantes), investidos de um poder.  Esse poder demanda igualmente uma responsabilidade, face aos governados (o povo).

          Afinal, a "nobreza" não existiria sem o plebeu;  o rico não existiria sem o pobre;  e os governantes não existiriam sem os governados.  Infelizmente, hoje em dia, os conceitos mudaram.  Defrontamo-nos com Valores completamente invertidos;  tudo está do lado oposto ao conceito de "noblesse oblige", inclusive, por parte do povo.

          Arnaldo Jabor, jornalista e escritor brasileiro, publicou um texto falando sobre o cúmulo da contradição, texto esse, sobejamente compartilhado na internet.  Ele disse o seguinte:

          "Jamais vou entender esse fenômeno chamado Carnaval.  Um povo sofrido, roubado, explorado, muitas vezes sem perspectivas, de uma hora para outra, explode numa alegria sem motivo, sem limites, sem pudor.  Homens que até sexta feira trabalharam de terno e gravata, no sábado vão para as ruas, maquiados, vestidos de mulher, sutien por cima de peitos peludos, braços e pernas cabeludas, numa imitação grotesca e sem sentido do sexo feminino.

          Mulheres que se matam em trabalhos, muitas vezes degradantes e mal remunerados... sofrem nas filas de hospitais e creches, aparecem na passarela, cobertas de brilho e rebolando, como se não houvesse o amanhã.  Os canalhas no poder, adoram esta orgia sem sentido, porque pelo menos por alguns dias, o povo está olhando pro outro lado, enquanto eles continuam sugando cada gota de sangue e cada centavo que puderem roubar.

          As ruas estão tomadas de foliões urrando de alegria... e eu me pergunto: Você está alegre por que???  Sua vida melhorou de ontem pra hoje?  Seu salário aumentou?  Sei filho entrou numa boa escola?  Se você cair de um trio elétrico e quebrar a cabeça, vão te levar para um bom hospital?  Você terá água em casa, para tomar banho quando voltar da gandaia?

          Então me explica, seu trouxa... Tá rindo de quê?  Você irá pra rua com esta mesma vontade, pra protestar contra esta roubalheira absurda, que está destruindo nosso país?  Por estas e outras que os governantes adoram Carnaval e eu jamais vou entender porque nosso povo é tão alienado.  Feliz Carnaval, Mané !!!"

Expressão Francesa

          Entre a classe política brasileira existe o "nós"  e  "eles";  "a direita"  e  "a esquerda"; frases de separação preferidas por esses usurpadores das riquezas do nosso povo, da nossa Pátria.  A obrigação, continua a mesma, mas o seu conceito está envergonhado, oculto nas dobras da nossa Bandeira, e a nobreza dos governantes está disfarçada brincando o Carnaval, rindo da nossa cara. C'EST FINI.
A Nobreza manda

       


          



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