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A ORAÇÃO


Capelão da AMAN

          Padre Duvilio Antonini, natural de Jaguari, Rio Grande do Sul. Certa vez, aqui em Resende-RJ, eu assisti a uma palestra (universitária), do Padre Duvilio, capelão da Academia Militar (AMAN). Ele falava sobre o tema "Oração"; o seu significado, como e porque devemos orar (rezar).


         
Não me lembro exatamente das suas palavras, mas vou dissertar com minhas palavras, e tentar reproduzir o que ele disse.  Ele dizia que: quando temos uma preocupação muito grande, devido a alguma enfermidade ou um problema qualquer, podemos fazer o seguinte: procurar um psicólogo ou um psiquiatra; com certeza, um destes profissionais nos aliviará se confiarmos neles.

          Ou então, podemos recorrer à oração, se tivermos convicção ou fé no seu poder.  A  oração sempre ajuda, e age em nossa mente subconsciente livrando-nos do medo ou da preocupação que nos aflige.  Ou ainda, se estivermos confusos, podemos procurar por um padre da nossa igreja, e confessar a ele o nosso problema, ou nossa angustia, assim como faríamos no divã  de um psiquiatra.

          O caminho através da religião, também é eficaz, pois um padre ou sacerdote saberá lhe dar muita paz de espírito.  Ele lhe ensinará como você deve rezar.  O fundamento para esta orientação encontra-se escrito no Novo Testamento em Romanos 12:2:

          "Não imitem a conduta e os costumes deste mundo, mas seja, cada um, uma pessoa nova  e diferente, mostrando uma sadia renovação em tudo quanto faz e pensa.  E assim vocês aprenderão por experiência própria, como os caminhos de Deus satisfazem a vocês".

          A oração serve para mudar a nossa mentalidade, depois do que, os problemas serão resolvidos por esta mudança.  O Padre Duvilio falou ainda muitas coisas sobre a fé religiosa e sua importância, mas já não me lembro com detalhes.  Todavia, este foi o tema central da sua palestra, e no final, fez uma oração pedindo a bênção de Deus para todos que assistiam à sua palestra na AEDB.

          "Tudo o que pudermos fazer no bem, não devemos adiar... É indispensável que o bem se propague... Uma atitude positiva desencadeia outra.  O AMOR CONTAGIA". (Chico Xavier).

SAUDADES DE PASSA QUATRO


Sul de Minas

          Passa Quatro, é uma cidade situada no Sul de Minas Gerais, onde o clima sempre foi de uma temperatura mais baixa (mesmo no verão), propiciando assim a procura desta cidade pelos veranistas das regiões mais quentes, como por exemplo, do Rio de Janeiro.  Passa Quatro sempre foi uma cidade bonita e agradável de se viver.


          Estou usando uma linguagem voltada para um tempo passado, porque hoje me encontro ausente de Passa Quatro, onde passei toda a minha infância e adolescência.  Hoje distante, guardo muitas lembranças daquelas riquezas culturais e naturais da cidade, mas que outrora, eu não sabia avaliar, afinal, tudo nos parecia muito natural.

          Foi preciso que eu tivesse outras experiências além do que eu próprio imaginava, e assim pudesse adquirir uma bagagem de conhecimentos longe do meu rincão.  Mas agora, apesar de mais experiente, e de sentir saudades, já não tem sentido que eu volte a abraçar a minha cidade tão querida.  Não que seja impossível, mas a razão me impede de fazer isso.

          Minha vida agora está ligada a muitas razões que, contrariadas, me causariam complicações maiores. Não posso arrancar minhas raízes fixadas em uma nova vida que agora estou vivendo.  Não devo fazer isso, todavia, posso continuar enaltecendo minha bem aventurada Passa Quatro, e me sentir feliz pelos amigos que tenho, os quais ainda vivem nessa bela e bucólica cidade de Passa Quatro.

          Posso continuar admirando os arredores de Passa Quatro, onde reina um clima de uma temperatura amena, propícia ao cultivo de uvas das mais diversas qualidades.  Já houve outrora, uma fabricação de vinho, do então pioneiro nesse ramo lá em Passa Quatro, o Afonso Lopes de Almeida. (Esta é apenas uma lembrança histórica entre muitas outras, de Passa Quatro).  A propósito, a Industria do Conhecimento Cultural de Passa Quatro, tem um acervo dessas copiosas lembranças.

          Eu sempre falo também, com muito orgulho, que Passa Quatro foi o meu berço cultural, onde desfrutei de excelentes professoras e professores, desde o Grupo Escolar Presidente Roosevelt, até o Ginásio São Miguel (meus colegas contemporâneos que o digam, e atestem o que estou dizendo).

          Mas houve um momento em que, por motivos "imperiosos", tive que deixar Passa Quatro e me transferir para outra cidade, no caso, para Resende, cidade conhecida pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), e aqui em Resende, no prosseguimento dos meus estudos, também tive excelentes professores (todos militares), tanto na Escola de Comércio como na AEDB, Associação Educacional Dom Bosco.

          Mas quase não conto estórias destes excelentes educandários, porque meu coração sempre esteve inclinado a uma tendência comparativa na dedicação dos mestres, e neste particular, meus valores de Passa Quatro estavam sempre em primeiro lugar.

          Não estou dizendo que este quadro de docentes de Resende não eram dedicados, mas eles eram mais duros, por assim dizer, dureza talvez, proveniente de um treinamento militar.  Aqui, nestas disciplinas rígidas, funcionava da seguinte maneira: ou você sabe ou não sabe. Dureza.  Mas, eu bem que gostaria de ter ingressado em uma Escola preparatória militar, mas esse não foi o meu destino.

          Bem, o meu saudosismo comparativo como eu estava dizendo, é apenas uma questão de sensibilidade interior.  Quem sabe o que é isto, saberá me compreender.  Outro aspecto muito importante, que eu enalteço, foi a minha educação religiosa (desde o Catecismo da Igreja Matriz, no Grupo Escolar, e no Ginásio São Miguel, colégio dirigido por padres da Congregação Belo Ramo).

          Isto não poderia ter sido em lugar melhor do que Passa Quatro, pelas condições oferecidas naquele tempo.  A Religião era uma disciplina curricular nas escolas.  Infelizmente, essa matéria que tanto ajudava em nossa formação espiritual, foi abolida.  Passa Quatro foi assim, o meu berço religioso também, cujos ensinamentos ainda estão gravados na minha memória.  Não posso imaginar como teria sido minha vida se não os tivesse recebido.  Tenho pois, muito a enaltecer por ter vivido uma parte da minha vida em Passa Quatro-MG. SAUDADES.
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(OBS.- faço uma dedicatória desta minha crônica, à minha amiga daqueles tempos aqui mencionados, Ângela Marcondes)
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GINÁSIO SÃO MIGUEL


Itamonte-MG

          O antigo Ginásio São Miguel, em Passa Quatro-MG, hoje renomeado para Colégio São Miguel, é atualmente um educandário para formação de jovens em vários cursos.  Milhares de alunos passaram pelo antigo "Ginásio", e até hoje guardam suas lembranças, pois era um ensino de qualidade, e dirigido por padres da congregação Belo Ramo, ou "Betharram" (em Latim).


          Vou relembrar um fato interessante e divertido que me veio na memória.  O fato envolve um saudoso Professor de Religião e Ciências, e também um aluno chamado Floramante (até hoje meu grande amigo e saudoso colega dos tempos do Ginásio).  Dentre muitos ex-alunos do Ginásio São Miguel, quem não se lembra do Padre Francisco?  Aquele a quem os alunos chamavam de "Chico Mineiro"? (Vejam na foto acima).  Seu nome completo era Francisco de Paula Silva. 

          Pois bem, estávamos na 3ª Série do curso ginasial, e o Pe. Francisco nos dava uma aula de ciências naturais, ou seja, aspectos encontrados na natureza.  Não sei por que razão, mas os alunos (colegas nossos), sempre abusavam da paciência desse Padre.  E eles sabiam que o "Chico Mineiro" era estouradão!  Ficava nervoso por pouca coisa. 

          Mas, voltando para a nossa aula, o Pe. Francisco falava sobre as folhas das plantas, e a sua classificação de acordo com o formato de cada uma.  Ele explicava que as folhas se classificam quanto à forma em:

Folhas serrilhadas - (folhas com bordas picotadas semelhantes a uma serra);
Folhas lanceoladas - (folhas compridas e pontudas parecidas com uma lança);
Folhas dentadas - (folhas que apresentam umas entradas como dentes separados);

          Enfim, já não me lembro de todos os tipos de folhas, mas no caso, dava para entender que eram todas folhas pequenas, delicadas.  O Pe. Francisco nos deu então uma tarefa: para a próxima aula, cada aluno deveria colher na mata ou em qualquer jardim, um tipo de folha, conforme o entendimento de suas explicações.  Nessa próxima aula, é que o Pe. Chico iria "perder a linha".

          Os alunos entenderam perfeitamente, e cumpriram a tarefa; não imaginaram qualquer controvérsia, com exceção de um aluno, só para provocar o "Pe. Chico Mineiro".  Esse aluno era o Floramante.  Ele entrou na sala de aula, carregando uma enorme folha de bananeira, isto é, um tipo de folha que fugia completamente às explicações do professor (e também de um tamanho desproporcional ao objetivo da aula).

          O "Pe. Chico" percebeu a ironia, e tomou isso como uma provocação!  Ficou irritadíssimo (pê da vida, como se diz), e não conseguiu sequer continuar com sua aula nesse dia.  A sua irritação fez com que ele ficasse muito bravo, mas eu não me lembro das palavras que usou para o seu xingamento, ou seu desabafo.  Os alunos, colegas de classe, ficaram quietinhos, mas interiormente escondendo um sorrisinho pela graça que achavam daquela situação. 

          Mas o Floramante, apesar da sua ação intencional naquela época, tinha razão.  Eu também nunca soube classificar essa folha de bananeira de acordo com as aulas do querido "Pe. Chico Mineiro".  E hoje, eu também não sei por onde anda o Pe. Francisco, mas ele deve se lembrar desse fato com uma boa risada, ou pelo menos um sorriso.  Saudades do Ginásio São Miguel e do Padre "Chico Mineiro". 

(OBSERVAÇÃO: um fato a ser lembrado: o nosso Padre Francisco era natural de ITAMONTE-MG, e foi ordenado Padre em Passa Quatro (em 1960 ou 61), juntamente com o filho da cidade, o Padre Nelson de Souza (que mais tarde deixou a batina).


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