A LÍNGUA

"Cumpre falar com simplicidade as ideias complicadas com sutilezas das ideias simples" (Jean Cocteau). É verdade, eu também gosto de dar vida às letras, com minhas ideias. Mas, certa vez, eu estava com a "cabeça nas nuvens", ou seja, me faltava inspiração para escrever. Gosto de registrar meus "lanpejos" por meio da escrita. Escrever para mim, é como prosear com amigos. Mas, eu estava desalentado, minha vontade era desabafar verdades sobre certas pessoas, mas não, eu não poderia fazer isso, falácias não valem à pena, vale mais deixar pra lá... Quem nunca ficou sem assunto em algum momento inesperado?

Eu passei por um momento desses. Um momento inesperado, por fazer uso de uma rede social! Imaginem! Isso acontece quando publicamos um vídeo na rede, e alguém que você conhece, faz um comentário escrito e desagradável do seu vídeo. É como se estivéssemos ouvindo a fala sarcástica do indivíduo. Eu sei que o comentário é livre para qualquer um, mas às vezes também temos nossos momentos e nos aborrecemos. Aconteceu comigo.

Ato contínuo, eu me lembrei de uma lição que certa vez um saudoso professor (Pe. Francisco) me ensinou: "Quando alguém o chatear, pare, pense e reze. A providência sempre vem ao nosso auxílio". De fato, eu me acalmei lendo algumas palavras bíblicas aleatoriamente. E por casualidade, me deparei com uma página do Apóstolo Tiago. Li suas palavras e me pareceu que esse abençoado apóstolo entendeu meus pensamentos e me explicou o que estava acontecendo comigo. Ah! Que maravilha! Não me contive e copiei suas palavras! Parece que foram escritas para os dias atuais. Segue o que ele disse em seus fersículos:

APOSTOLO TIAGO, Capítulo 3, versículos 5 - 11 (NOVO TESTAMENTO): "(5) Assim, a língua é uma coisa pequena, mas que prejuizo imenso pode provocar! Uma grande floresta pode incendiar-se por meio de uma centelhapequenina. (6) E a lingua é uma chama de fogo. Está cheia de maldade e envenena todos os membros do corpo. E é o próprio inferno que ateia fogo à língua, que pode transformar toda a nossa vida numa chama de destruição. (7) Os homenstêm domesticado, ou podem domesticar, qualquer espécie de animal ou ave que tem vida, e qualquer espécie de serpente ou de peixe. (8) Mas nenhum ser humano pode domar a língua. Ela está sempre pronta a expelir seu veneno mortífero. (9) Umas vezes, a língua dá louvores ao nosso Pai celestial, e outras ela rompe em maldições contra os homens que são feitos à semelhança de Deus. (10) E assim a bênção e a maldição vêm brotando da mesma boca. Queridos irmãos, é evidente que isso não está certo! (11) Por ventura a fonte faz jorrar pelo mesmo orifício, água doce e água amarga?". (Ofereço essas ricas palavras bíblicas aos meus amigos queridos).

Essas palavras, foram para mim um bálsamo. Lendo essas palavras, uma, duas ou mais vezes, parecem atuais. Eu li, e posso dizer que entendi: há quem usa a língua para bendizer e abençoar. Mas, há também quem usa a língua para desfazer, maldizer. Resumindo: quantas línguas benditas existem, mas quantas línguas inúteis também.

A língua em questão, pode ser falada ou escrita, tanto faz. A língua obedece o que vem da cabeça, do nosso cérebro, da nossa alma, isso também é um fato. Além de toda a sabedoria do apóstolo Tiago, Jesus Cristo também disse em um de seus momentos: "Que o vosso falar seja sim-sim, não, não, pois o que passa daí, vem do Malígno". Essas palavras do Tiago e de Jesus, querem dizer que devemos falar sim, no entanto, devemos também dominar a LÍNGUA.

O ETERNO COMEÇAR

Um homem, pai de família, dono de uma propriedade, saiu de casa bem cedo, para contratar trabalhadores para sua colheita. Logo cedo, contratou vários trabalhadores mediante um pagamento pelo serviço. No meio dia, encontrou outros trabalhadores e também os contratou para sua colheita, mediante um pagamento pelo serviço. Duas horas mais tarde, encontrou mais trabalhadores que também estavam em busca de serviço, e igualmente os contratou da mesma forma. Um pouco mais adiante, novamente encontrou mais trabalhadores, e também os contratou para juntar-se aos demais homens no campo.

Ao anoitecer, o contratante chama os trabalhadores para pagar o salário combinado. Começou pelos últimos contratados até aos primeiros. Todos receberam a mesma quantia. Mas, os primeiros contratados protestaram contra aquele "pai de família", que os havia contatado. Achavam que mereciam receber mais, pois aqueles últimos contratados trabalharam muito pouco:- Igualaste todos conosco, que trabalhamos muito mais!...

Respondeu então, o dono da colheita: - Não vos faço injustiça. Não combinamos o valor que vocês receberam? Paguei aos últimos contratados o mesmo valor combinado. Não é justo que eu pague o que eu quero sobre aquilo que é meu? Vocês têm ciúme, inveja só porque eu sou bondoso? "E assim é que os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos",

Essa história (fictícia), aqui resumida, foi contada por Jesus. Encontra-se no Novo Testamento em Mateus 20:1. Trata-se de uma parábola, ou seja, uma comparação, uma figura de linguagem para que as pessoas pudessem (e ainda possam) melhor entender. Nessa história, Jesus faz uma comparação com o "reino dos céus". O "pai de família" da história, refere-se a Deus (figuradamente. Os homens, e tudo mais que Deus criou, refere-se ao "reino dos céus". Portanto, é preciso compreender que o "reino dos céus" não é um paraiso, não é um jardim do Éden, que está lá no céu distante, junto com Deus... Não, nada disso. Deus criou o homem à sua semelhança para que o homem praticasse Deus aqui na terra. Deus é amor. Jesus em sua passagem pela terra, afirmou nossa descendência divina: "Vós sois deusis" (João, 10:34) "Sedes perfeitos como é perfeito vosso Pai que está nos céus" (Mateus, 5:48).

Essa história de Jesus, aqui resumida, mostra também o comportamento dos homens, ou seja, insubordinados (somos assim até hoje, a maioria). Mesmo assim, apesar das vicissetudes e das provações que a vida demanda, considera-se que o homem é o bem mais precioso criado por Deus. O nosso corpo é como um templo da Alma que o habita. Portanto, nós somos o reino dos céus, é simples assim. Deus está em nós, se assim o praticarmos. Deus é amor, no melhor dos sentidos. A vida é como se fosse um "tesouro inesgotável", pois Deus nunca teve início e nunca terá fim. Nós também não teremos. Pensem nisso: viveremos ainda muitas vidas nas moradas deste Universo infinito e misterioso. Somos o ETERNO COMEÇAR.