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DEUS E OS HOMENS


Religiões

               "O ensino da ciência e dos princípios científicos, já na escola primária, é a única solução para se combater aquela enganação dos pastores que exploram a fé alheia para se enriquecer."  Essa afirmação é do conhecido médico Drauzio Varella, da televisão, da Folha de São Paulo, na sua crítica contra certas religiões que praticam esse tipo de iniquidade. 


               Mas, o próprio Jesus, nos seus Evangelhos, já nos alertava sobre isso: "Cuidado com os falsos profetas.  Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.  Vocês os reconhecerão por seus frutos.  Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?  Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins.  A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons.  Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo.  Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão."  (Mateus 7:15-20).

               Todavia observem que Drauzio Varella, médico, não proferiu suas críticas na qualidade de homem religioso, mas sim, como um ateu assumido.  Varella também confessor que se tornou ateu desde o momento da sua primeira comunhão aos 10 anos de idade, quando mastigou a hóstia consagrada e dela não saiu sangue conforme ele acreditava (ou fora ensinado que a simbologia da hóstia representava o corpo de Cristo.)

               Essa atitude do Varella criançola, foi um ato de rebeldia próprio da idade, sem dúvida, mas vamos deixar essa estória de lado, e focar no ateísmo desse homem, até nos dias de hoje.  Esse médico, bem relacionado em várias camadas da sociedade, deve ter sofrido inúmeros comentários discordantes e censuras por suas declarações agnósticas ou hereges.  Assim penso eu, porque em outros momentos ele também declarou que respeita todas as crenças, mas lamenta não ter igual consideração da parte dos crentes. - "Quando digo que não tenho religião, eles dizem que sou imoral", afirma.  - "É como se eu tivesse parte com o diabo."

               Bem, cabe a cada leitor dessas notícias que estão na mídia, ou mesmo no Google, julgar por si mesmo.  Não é objetivo desta crôica dar ênfase a um ateu, mas sim, apontar que existem pessoas ou até mesmo sociedades, que perdem a fé religiosa. 

               Mas, a nossa fé religiosa não pode ser extirpada por completo, pois já nascemos com ela, desde o momento da nossa criação, como está escrito nas Sagradas Escrituras, ou mesmo no momento da nossa concepção, ou seja, isso está na nossa alma, no nosso DNA;  é a chancela misteriosa de Deus em nós.  Essa sensação biológica poderá ficar adormecida por algum tempo em nosso interior, mas em algum momento da vida, o homem se verá sem outra alternativa a não ser voltar-se para Deus. 

               No caso de sociedades, também acontece o mesmo.  Temos como exemplo a China, que em 1949, adotou o comunismo, e tentou varrer do mapa a fé religiosa.  Por algum tempo, parece que teria sido bem sucedida, porém, recentemente, nestes tempos modernos a religião está florescendo novamente, na China comunista.  Isso é o que mostra um livro intitulado "The Souls of China - The Return of Religion after Mao"  (As Almas da China - A Volta da Religião depois de Mao.)

               A autoria desse livro, lançado em 2018, Edição em inglês, é de um premiado jornalista chamado Ian Johnson.  De origem canadense, Ian Johnson é um escritor de Pequim, que vive na China há cerca de 20 anos e ganhou um Prêmio Pulitzer em 2001 por sua cobertura do país.  (OBSERVAÇÃO: Pulitzer, é um prêmio norte-americano outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical.  É administrado pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque.  O nome "Pulitzer", deve-se em homenagem a Joseph Pulitzer, jornalista e escritor húngaro.)

               Na China hoje, existem apenas cinco religiões reconhecidas pelo estado:  catolicismo, protestantismo, budismo, islamismo e taoismo, e todas permanecem oficialmente sob o controle do governo.  Um grande avanço, diante da ideologia Comunista anteriormente intolerante à nossa espiritualidade, a que chamavam de "ópio do povo".  Tentar viver sem Deus é loucura.  O resultado é um mundo fragmentado, uma sociedade mergulhada em destruição da família, um número crescente de pessoas desiludidas e perdidas.

               É o que mostra a matéria do livro de Ian Johnson, escrito em estilo jornalistico que conta a estória de um dos maiores reavivamentos espirituais do mundo.  Após séculos de violentas campanhas anti-religiosas, a China está agora repleta de novos templos, igrejas e mesquitas, bem como cultos, missas, seitas e outras crenças. O livro de Ian Johnson é cativante, e fundamentado em fatos reais. 
Renascimento das religiões na China
               Para melhor ilustração deste assunto, segue um trecho introdutório (traduzido), do livro do jornalista-escritor, Ian Johnson:  THE SOULS OF CHENA:  (Vale a pena ler):

OS MESTRES

Nan Huai-chin:  guru de meditação budista e intérprete de clássicos chineses;  ele vive em um eremitério (lugar onde vivem eremitas) no lago Tai.

Wang Liping:  praticamente carismático de uma técnica de meditação taoísta chamada neidan, ou alquimia interna, que ensina cursos nas cavernas do sul da China. 

Qin Ling:  o principal discípulo de Wang em Pequim.

Xiao Weijia:  herdeiro de Qin de uma importante família do Partido Comunista.

INTRODUÇÃO:

               O Ano da Lua começa sem lua.  O céu é preto, mas para as estrelas, a lua está apagada do outro lado da terra, invisível aos nossos olhos.  Os chineses chamam isso de Ano Novo Lunar, mas é mais conhecido como o Festival da Primavera, a celebração de uma nova temporada.  O nome parece errado:  o feriado cai no mês de inverno de janeiro ou fevereiro.  Está frio e escuro;  os dias ainda são curtos.

               No norte da China, as neves podem cobrir a terra.  No sul, chuvas geladas penetram em todos os cômodos, em todas as camadas de roupa.  Nós nos sentimos tomados pela falta de esperança do inverno e nos perguntamos como esse calendário funcionou:  como se ordenou o tempo em uma das mais antigas civilizações contínuas do mundo?

               Nos séculos XIX e XX,  os patriotas chineses tinham questões semelhantes.  Eles temiam que seu país fosso tão atrasado que seria dilacerado por potências estrangeiras.  Um dos principais alvos desses reformadores era a cultura tradicional da China, especialmente seus sistemas de crença, que eles consideravam como relíquias supersticiosas que entorpeciam as pessoas ao potencial da ciência e do progresso.

CAPÍTULO  I  -  PEQUIM:  O  SINO

               No canto sudeste de Pequim há um bairro chamado Fenzhongsi, ou o Templo do Sino dos Pedágios.  Segundo a lenda local, o nome veio da história de um velho viúvo que era gentil e puro de coração, mas sem filhos.  Na China tradicional, isso significava que ele não tinha ninguém para apoiá-lo na velhice.  Seus companheiros moradores tiveram pena e ofereceram a ele um pequeno trabalho como vigia noturno da comunidade.

               Sua tarefa era caminhar ao redor da aldeia a cada duas horas, marcando o tempo batendo badalos.  Ele aceitou o emprego, mas recusou pagamento, dizendo que os aldeões deveriam economizar seu dinheiro para lançar um sino que o substituiria quando ele morresse.  Ao longo dos anos, os moradores salvaram seu dinheiro, enquanto ele exercia suas funções com um efeito incomum.

               Durante a última vigília, pouco antes do amanhecer, ele soava especialmente alto nas badaladas diante das portas dos preguiçosos, na esperança de acordá-los e leva-los para o trabalho.  Na frente das portas do diligente, ele estava tão quieto quando possível, permitindo-lhes mais alguns minutos de sono, sabendo que eles iriam se levantar sozinhos.  Com o passar do tempo, alguns aldeões disseram que seus badalos antecipavam as mudanças de estação ou avisavam das tempestades que se aproximavam.

               Quando ouviram a batida constante, eles sabiam o que tinham que fazer - não apenas quando trabalhar ou dormir, mas como viver suas vidas, seguindo o bem e evitando o mal .  Eventualmente, o velho morreu, o dinheiro foi contado e o sino foi lançado.  Quando tocou, teve o mesmo efeito miraculoso, um sino tocando para cada pessoa.

               O Sino, o templo que mais tarde foi construído em volta e a vila - tudo foi demolido há muito tempo, deixando apenas uma história, o nome de um viaduto, uma parada de metrô e um bairro de casas residenciais prestes a serem demolidas.  Nas últimas décadas,  essa onda de destruição também se espalhou pelo resto da capital, eliminando uma vasta cidade medieval de vinte e cinco quilômetros quadrados.

               Pequim já havia sido feita de hutongs = vielas estreitas que passavam entre casas muradas, intercaladas com centenas de templos.  Sobreposta a essas comunidades havia uma paisagem imaginária de montanhas e divindades sagradas que ligavam a cidade a um vínculo sagrado de mito e fé.   Durante séculos, isso simbolizou o estado político-religioso que governou a China por milênios.

               Isso mudou no século XX, especialmente depois da tomada do Partido Comunista em 1949.  Muitos dos templos e hutongs foram destruídos para dar lugar aos novos ideais de uma sociedade industrial ateísta.  A partir dos anos 80, vieram as reformas econômicas e o desenvolvimento imobiliário descontrolado, que varreu quase todo o resto da cidade antiga e expulsou a maioria dos moradores originais de Pequim do centro da cidade.

               Nos poucos fragmentos da cidade histórica que sobreviveu, migrantes entraram.  Alguns eram trabalhadores pobres do campo, outros gentrificadores (processo de mudança das paisagens urbanas, exploração imobiliária).  Com eles vieram novos alimentos - pratos condimentados do interior ou "nouvelle cuisine" do exterior - e novos costumes, como o êxodo em massa de Pequim durante as férias para cidades rurais ou balnearios tropicais.  Lost foi um modo de vida.

               Eu assisti a essa transformação desde a primeira vinda a Pequim no inicio dos anos 80. Como muitas pessoas, eu estava desanimado e senti a cidade e sua cultura uma vez grande, foram perdidas. Mas nos últimos anos comecei a perceber que estava errado.  A cultura de Pequim não estava morta;  estava renascendo em cantos estranhos da cidade como o Templo do Sino dos Tolling.  Não era o mesmo que no passado, mas ainda era vibrante e real - modos de vida e crença que ecoavam os sons do passado... A partir daí, começou o renascimento da vida espiritual de Pequim...

RITUAL :  O MEIO PERDIDO

               Pilgrims como a família Ni sustentam um dos grandes reavivamentos religiosos do nosso tempo.  Por toda a China, centenas de templos, mesquitas e igrejas abrem a cada ano, atraindo milhões de fiéis.  Os números precisos são frequentemente debatidos, mas mesmo um visitante casual na China não pode perder os sinais:  novas igrejas pontuando o campo, templos sendo reconstruídos ou massivamente expandidos, e novas políticas governamentais que encorajam os valores tradicionais.

               O progresso não é linear - as igrejas são demolidas, os templos concorrem para o turismo e os debates sobre a moralidade são manipulados para ganho político, mas a direção geral é clara.  Fé e valores estão voltando ao centro de uma discussão nacional sobre como organizar a vida chinesa.

               Esta não é a China que costumávamos conhecer.  Por décadas, estamos acostumados a pensar na China como um país onde a religião, a fé e os valores são marginais.  Nossas imagens do povo chinês são predominantemente econômicas ou políticas:  trabalhadores diligentes em grandes fábricas, novos ricos ostentando suas riquezas, agricultores trabalhando em campos poluídos ou dissidentes sendo presos.  Quando ouvimos falar de pessoas e fé chinesas, é sobre vítimas - cristãos chineses forçados a culto clandestino - ou histórias exóticas de pessoas excêntricas andando para trás em parques, abraçando árvores ou se juntando a custos assustadores.

               Tudo isso existe e é verdade, mas falta um ponto maior:  centenas de milhões de chineses são consumidos com dúvidas sobre sua sociedade e recorrem à religião e à fé por respostas que não encontram no mundo radicalmente secular construído em torno deles.  Eles se perguntam o que mais há na vida do que o materialismo e o que faz uma boa vida.  Como uma pessoa que entrevistei para este livro me disse:  - Nós pensamos que estávamos infelizes porque éramos pobre.  Mas agora muitos de nós não são mais pobres e ainda estamos infelizes. "Percebemos que algo está faltando e isso é uma vida espiritual." ... ... ... (o livro continua em sua resenha jornalistica...)
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               Com base no que foi apresentado até aqui, vejamos algumas considerações finais:

1)   A breve introdução do livro de Ian Johnson, dá para ter uma ideia do que trata esse escritor, qual seja, o renascimento das religiões na China. 

2)   Seu estilo jornalistico, os termos e os costumes chineses, são um pouco estranhos para nós, mas não invalida o espírito do nosso entendimento sobre o assunto. 

3)   O que mais importa, é sentir que Deus está presente em todas as culturas, sob o véu de práticas diversas. 

4)   O Brasil esteve próximo de aderir forçosamente ao Comunismo, e ainda podemos ver essas bandeiras vermelhas sendo exibidas por pequenos grupos que fazem oposição ao nosso abençoado conservadorismo. 

5)   A palavra de Deus está nas escrituras sagradas, não é audível, não tem uma voz humana, mas para nós, cristãos, tem um rosto: Jesus.  Ignorar Jesus é ignorar as escrituras. 

6)   A palavra de Deus é o alimento da nossa vida espiritual.

7)   Obrigado Deus, por iluminar o nosso Brasil, um país tropical, abençoado e bonito por Natureza!
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