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UMA LONGA VIAGEM


Zorba, o Grego

          Pessoas dizem, que a vida é curta.  O que você acha?  Eu acho que não.  Eu acho que a vida é uma longa viagem.  Tudo depende da nossa experiência de vida, ou em que ponto estamos do nosso destino, desde quando embarcamos num hipotético trem da vida.  Ou então, de que dimensão nós estamos enxergando a vida.  Quando jovens, esse tipo de questionamento não nos preocupa; nem pensamos nisso. 

          Mas, quando alcançamos uma certa idade, ou seja, meia idade ou um pouco mais, então podemos avaliar o tempo e o caminho percorrido, as tempestades e as marcas da nossa vida.  Memórias, momentos vividos, nossas conquistas, nossos amigos, tudo isso e muito mais são termômetros da nossa jornada.  Aí sim, podemos avaliar o tempo vivido e a distância do caminho percorrido.  É justamente nesse ponto que achamos que a vida é longa, e que ainda temos um longo trecho a percorrer. 

          Neste ponto, eu me lembro de um personagem chamado Zorba, o grego, vivido pelo ator Anthony Quinn, em um filme lançado em 1964, e que fez muito sucesso na época:  "Zorba the Greek".

          Em uma síntese rápida, o filme conta a história de dois homens completamente díspares, ou seja, opostos um ao outro.  Esses homens são:  Basil, escritor inglês, poeta, criado na Inglaterra, de classe burguesa, e que chega na Grécia para explorar uma mina que herdou do pai.  Logo ao chegar, conhece Alexis Zorba, um camponês grego, sem eira nem beira, que aceita trabalhar na mina do Basil.

          Zorba é um homem de espírito leve, solto, demonstra a alegria de viver, e sabe viver cada momento da vida.  Depois, no decorrer do filme, há também algumas cenas em que Zorba se apaixona por uma prostituta, etc., etc.  Em outro momento, Zorba pergunta para o seu patrão e escritor Basil:  

- "Por que os jovens morrem?  Por que qualquer um morre?"
- "Não sei", responde Basil.
- "Para que servem os seus merdas de livros se eles não conseguem responder a essa pergunta?"
- Basil responde: "Eles falam sobre a angustia dos homens que não conseguem responder perguntas como essa."
- "Eu cuspo na angústia", responde Zorba, no seu ímpeto de vivência. 

          O filme segue o seu drama, com cenas de crueldade, de sofrimentos comuns da nossa existência, além de outras cenas.  Basil, é um personagem obcecado por livros, como era costume naquela década de 60.  Era um homem da classe média, como qualquer um de nós hoje, (menos na obsessão por livros). 

          Mas, de um modo geral, o que é mais importante nessa história, é a mensagem sobre como é belo viver.  O patrão de Zorba, aprende que a vida é mais rica do que a mina herdada do pai.  Aprende que a vida não está nos livros apenas, mas que é muito mais do que ele pensava.  Aprendeu a praticar um olhar mais amplo sobre a existência, o amor e a amizade.

          A parte mais inesquecível do filme é a dança.  Basil e Zorba dançam juntos na beira do mar imenso, cuja profundeza simboliza o inconsciente, que só aprendemos usando, indo ao encontro do desconhecido, na arte de viver.  Zorba, o Grego, tem nessa dança uma metáfora da vida, em sua essência quando o espírito renasce em nós mesmos, através da amizade e do amor, ultrapassando todos os obstáculos.  Esse é o entendimento do filme (consciente ou inconsciente), e razão do seu sucesso .  A vontade de viver. 

          Zorba, o Grego, é um longa metragem, mas o filme ensina que não importa se a vida é longa ou não;  importa sim, viver com alegria, amizade, e principalmente Amor.  Afinal, Deus é amor. 
Vejam, um breve trailer do filme:
O renomado balé russo de Igor Moiseyev nos brinda com uma espetacular performance de "Sirtaki", a dança que ficou mundialmente conhecida através do filme "Zorba, o Grego" de 1964. É magnifico.

    
            

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