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O SABOR DO AMOR


Passa Quatro

          Dizem que o amor é doce.  Esta afirmação está correta.  Dizem também que a vida é amarga que nem jiló, ou seja, nem o jiló é tão amargo quanto a nossa vida.  Eu não acho que a vida seja amarga.  Pode ser para algumas pessoas, mas para mim, a vida só não é muito fácil.  Não é fácil para ninguém, de um modo geral. 


          Paradoxalmente, o amor é que direciona a nossa vida, e assim, além de ser doce, o amor tem também outros sabores:  azedo, amargo, salgado (quente, frio, gelado).  Eu já provei todos, mas cada sabor corresponde ao "modus vivendi" de cada um, ou de suas experiências amorosas. 

Neste sentido conotativo (figurado), O AMOR É:

          Doce:  quando estamos apaixonados, e sentimos a doçura dos beijos, a volúpia dos desejos contidos, o carinho dos afagos, e aquela paixão como lavas de um vulcão.  Amantes, dão-se no olhar, e não é preciso falar nada. Delícia.

          Azedo:  quando a mulher é uma chata e vive brigando com o marido.  Aquela sublimação já não existe mais.  Os beijos, não são doces como antes.   Aquela frescurinha (melação) ficou de lkado.  Mas não é de todo ruim, pois dá pra levar a vida assim mesmo.  (Mas é preciso saber:  as mulheres são loucas, e os homens são estúpidos.  E a principal razão da loucura das mulheres, é a estupidez dos homens.)

          Amargo:  é quando o casal não combina (seus signos estelares são incompatíveis); os cônjuges vivem brigando mas estão sempre juntos (às vezes).  Alguns casais, de maior poder aquisitivo, não gostam de escândalos, e se toleram um ao outro, para manter as aparências e preservar o seu patrimônio (os bens materiais).  Só Deus sabe o que há dentro dessa "Caixa de Pandora".

          Salgado:  é quando a mulher é gastadeira e só compra coisas caríssimas ou de grifes famosas (um absurdo, pura ostentação).  Sem falar naquelas operações plásticas, desnecessárias, mas que estão na moda e ela não pode ficar de fora. Não há homem que aguente por muito tempo uma mulher assim (artificial, vazia).  Na melhor das hipóteses, ele vai arranjar uma gambiarra (concubina), sem que a sua mulher saiba (mas quando ela descobre...). 

          As palavras, quente, frio ou gelado, não se trata de sabor, mas da "temperatura".  Nem é preciso comentar.  Todos sabem muito bem o que é isso. Mas o melhor de tudo não está na temperatura, e sim na "gustação":  o ideal é que o amor não seja muito doce, e nem muito azedo.  Médio.  É assim que deve ser. 

          Naturalmente que estou tratando aqui do amor regido por aquele deus grego chamado EROS, ou Cupido, simbolizando o amor romântico, amor paixão, ou até mesmo o amor platônico, isto é, à distância, que a gente não vê, não toca, não se aproxima, mas vive imaginando as boas qualidades do parceiro ou da parceira, mesmo sem a sua presença física.  (Acontece.)

          Para dizer a verdade, na minha opinião, não sei se esse amor romântico está em alta ou está em baixa, porque nesta vida moderna existe também outros tipos de amor, que podemos observar:
  • O amor ao dinheiro - pessoas que adoram um bezerro de ouro, como se dizia na antiga história bíblica: pura idolatria inescrupulosa.  Essas pessoas são capazes de tudo por dinheiro.
  • O amor à matéria - causador de muitos problemas, para aquelas pessoas materialistas.  Tem gente que tem um apego até por coisas fúteis, como panelas, televisão, etc.
  • O amor ao mundo profano - esse tipo de amor são aqueles pecados da luxúria e da inveja, previstos também na Bíblia desde a idade antiga, mas praticados até hoje. 
  • O amor próprio - é aquele amor que temos por nós mesmos.  Semelhante a um narcisismo ou pode ser entendido como "ego", de acordo com o maior ou menor grau do nosso egocentrismo.  É preciso reconhece-lo, pois esse tipo de amor (ignóbil), pode ser facilmente controlado.
  • O amor à Pátria - a meu ver, este sentimento estava em baixa nestes últimos dez anos aqui no Brasil, mas acho que vamos recuperar o patriotismo da nossa juventude.  É também um dever cívico de todos os brasileiros. (Distinto do amor romântico).
  • O amor a Deus - este sim, é o maior e mais importante de todos, é divino, e precisa também ser estimulado e praticado por todos nós; "Deus ajuda quem cedo madruga", diz um ditado caipira (é um tipo de amor que sempre será conservador.)
          Mas, voltando ao romantismo do nosso tempo, desse tempo tão mudado, eu confesso que já tive muitas aventuras amorosas e paixões desenfreadas nesta vida.  Sim, já fui um aprendiz de boêmio, desfrutando de prazeres ilusórios, e fazendo as minhas serenatas à moda antiga:

                    Levo a vida em boemia,
                    embebido em venenos fatais,
                    cantando as velhas melodias,
                    de um tempo que não volta mais.

                    Muitas mulheres me beijam, 
                    mas eu não sinto o sabor...
                    Elas dizem que me amam, 
                    amor fácil não tem valor...

          Mas eu ainda quero falar do amor!  Do amor sincero, do amor romântico, do amor fraternal. Esses amores, são aqueles em que o sentimento é forte, único e verdadeiro, e mesmo com o passar do tempo ou pela distância, jamais se apagará.  Há uma frase latina que certa vez aprendi, e jamais esqueci: "Difficele est langum Subito deponere amorem" (Difícil é esquecer um grande amor.)  Eu também já tive um grande amor no passado; paixão por uma menina linda, mas a chance de conquista-la, infelizmente eu deixei escapar, "por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa". A lembrança desse malogrado idilio me incomodou durante muito tempo, e me inspirou este monólogo:

          ... Dentro da noite, o silêncio é tão tristonho que às vezes só, eu fico a meditar... Penso em alguém, mas não quero sonhar, pois triste eu sei, será também o meu sonho.  A madrugada é um mundo de lembranças, são as algemas da minh'alma prisioneira... E como pesam, suportar a noite inteira, as cadeias que aprisionam a esperança.  Espero então, que os raios de calor de um novo dia a despertar brilhante, possam banir do meu triste semblante, a negra noite, e a falta desse amor...

          Amor... Amor... Onde estará o meu doce amor de outrora?  De qualquer forma, agora são quimeras, e vivendo ou não entre amores desvairados, penso que chegará um momento na vida, quando cada um de nós terá que encontrar consigo mesmo, ou seja, com aquela parte espiritual que ficou esquecida.  Trata-se da nossa consciência.  Quanto tempo eu fiquei sem fazer uma oração? (Não sei.)
"O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos" (Provérbios 12: 15).

          E agora, uma vez passada a minha "turbulência", eu procuro ver amão de Deus em tudo, até em meus dissabores, pois d'Ele vem o maior aprendizado para a vida (ainda que por tortuosos caminhos), razão pela qual, estou escrevendo estas palavras, conscientge dos amores humanos:  do mais egoista ao mais puro e verdadeiro.  O sentido da vida é simplesmente viver e praticar o amor...
Passa Quatro

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